XV Troféu Cidade de São Paulo
http://www.jjseventos.com.br/tsp2012.html
Geral: 204ª corrida 2012: 4ª corrida
Data: 25/01/2012 –
8h00min (quarta)
Local: Parque Ibirapuera – São Paulo/SP
Distância: 6,16 km (20ª)
Tempo: 32:08
(líquido) e 32:37 (bruto)
Velocidade Média: 11,50 km/h (3,2 m/s) Passo: 5:13(1,77%)
Pontos
(Tabela Húngara):
133
Temperatura: sol entre nuvens, 24ºC
Valor da Inscrição: grátis (promoção, preço normal R$ 55,00)
Número de peito: 10144
Tênis: Asics Gel Equation branco (1)
Colocações:
Geral: 111º (de) ,%
Faixa etária: 41º (de ) ,%
Resultado na Web:
Medalha:
Camiseta:
Foto:
Relato:
Correr poderia ser apenas um gesto repetitivo (e aborrecido) de colocar
um pé na frente do outro. Corridas poderiam ser um mero ritual repetitivo de
fazer uma inscrição, acordar cedo, deslocar-se até o local do evento, lá fazer
o que tem de ser feito. E regressar com as recordações, sejam elas troféus, medalhas,
camisetas, gêneros alimentícios não consumidos in loco, fotografias no cartão de memória ou, pura e simplesmente,
lembranças no sentido literal da palavra. Mas não. Pode e deve ser muito mais
que isso. E parte desses atributos dependem da maneira com que encaramos o
esporte e seu cerimonial, suas celebrações. Se fazemos sempre o mesmo,
invariavelmente, não podemos nos queixar do fastio. Já se nos permitimos, mesmo
que vez por outra apenas, sair do trivial e experimentar maneiras diferentes de
apreciar o que é costumeiro, o querer tende a se perpetuar. Comigo tem sido
assim. São oito anos de paixão pela corrida. Mas ela só é incondicional porque
aprendi a impor as minhas próprias condições.
E uma delas é a de, dentro das minhas limitações, tanto físicas quanto
monetárias, conceder-me de tempos em tempos o direito a algum tipo de
extravagância. Que, ao contrário das que existem no showbiz, não são feitas para aparecer. E muito menos para servir de
exemplo, positivo ou negativo. Começo este relato salientando que a dobradinha diária de provas que realizei
hoje, pela primeira vez em minha história como pedestrianista, não é algo
recomendável. Mesmo que as provas sejam, como foram as minhas, de curta
distância e duração, o mais indicado e sensato é, sem dúvida, priorizar uma
corrida apenas por vez. Que fique claro que isso é exceção e não regra na minha
prática esportiva. E mais claro ainda que, mesmo quando me disponho a fazer
algo mais inusitado, tenho em mente que o meu objetivo não é a competição. Que
me preparo para estar apto para todos os desafios que me proponho a enfrentar.
E que tenho autoconhecimento e bom senso o suficiente para saber a hora de
parar, se necessário for.
Posto isso, fico à vontade para falar da escolha que fiz. Meio que por
acaso, já que o plano inicial era garantir apenas vaga para a segunda edição
brasileira da Corrida Vertical, competição da qual fizera parte do evento
inaugural em 2010. Como mais uma vez foi feito um processo seletivo para ela,
com pré-inscrições pelo site do evento e apresentações de currículos esportivos
para a escolha, fiquei em standby
aguardando o resultado. Mas, enquanto ele não vinha, não resisti às promoções
que vi pipocarem nas redes sociais, oferecendo generosa demanda de vagas para a
corrida comemorativa ao 458º aniversário da capital paulista. Seria contemplado
com uma delas, cedida por um dos patrocinadores da prova, a Tetra Pak, e
sorteada pelo blog Vivendo
a Vida Correndo, do colega corredor Fernando Moura (agradeço a ambos!). Dois
dias depois, receberia a mensagem também confirmando a minha seleção para o skyrunning. Lamentei a princípio não
poder ir ao primeiro evento e pensei em passar o prêmio adiante, mas, quando
soube que os horários eram relativamente espaçados (largadas às 8h e 10h,
respectivamente) e que os locais não eram muito distantes (cerca de sete
quilômetros um do outro), ideias malévolas
começaram a pulular em minha mente. Seria possível uma dose dupla?
Um adversário do projeto era a data. O feriado paulistano, além da óbvia
limitação de abrangência, não caía em um sábado ou domingo. Era plena
quarta-feira braba, dia de branco.
Existem poucas vantagens, sem querer abrir aqui uma discussão socioeconômica,
em ser autônomo. Não tiro férias formais desde 1993, não tenho 13º e nem FGTS.
Mas meu patrão é gente fina, além de
também ser corredor. Aí, ele entendeu quando dei o recado... À tarde, de volta
ao batente, eu que aguentasse o tranco para colocar as coisas em dia. Mas isso
era só à tarde. O desafio, primeiro, era madrugar mais uma vez, depois de dois
finais de semana seguidos fazendo o mesmo para correr em praias longínquas.
Como se não bastasse me meter nessa encrenca, ainda por cima não o faria
sozinho. Minha amiga Odila não tinha ainda, nos idos de 2010, portifólio para
ser escolhida para subir as escadarias. Tudo tem a sua hora certa. Em 2012, mais
experiente, ela estaria também entre os eleitos.
E também deveria levar uma inscrição, essa de outro patrocinador do evento,
para correr no entorno do grande parque. Mas tem promoção que é melhor nem
ganhar. Essa história de retirada antecipada obrigatória e exclusiva
dos kits, mesmo quando a prova é em feriado, dá no saco. Quando os contemplados no sorteio sequer recebem um
comprovante para autorizarem a entrega a terceiros, moradores da cidade, aí
complica de vez. Bem que eu tentei resolver a pendenga. Mas, quando você manda uma mensagem por escrito detalhada
e recebe como resposta um número de telefone para entrar em contato, confesso
que prefiro deixar pra lá...
A viagem foi curta, rápida, no escuro (saímos às 5h15) e teve a companhia
de outro amigo, o jacareiense Eder Dias, esse indo sabiamente apenas para os 10
km do Troféu SP. Chegamos meio cedo demais, mas mesmo assim não conseguimos
parar muito perto da arena. Levamos a tradicional mordida do flanelinha (ó, até quando?) e, pelo menos o meu kit
consegui com facilidade, na tenda da Tetra Pak (aprenderam como é, pessoal da
Fila?). O tempo de espera até o início da prova era bem longo, mas amigo para
bater um papo e fazer a hora passar mais rápido (quase) sempre tem. Que bom!
Volumes guardados no devido lugar e a muvuca
de dez mil participantes anunciados (acho que tinha bem menos!) começando a se
formar, sugeri que fôssemos alinhar mais cedo. O que foi uma boa ideia.
Bastante tempo em pé, mas uma boa colocação no grid, permitindo um começo de prova, com largada extremamente
pontual, já com desempenho de corredor e não de caminhante. Mas de um corredor
tranquilão, quase sem sangue no zóio,
sabedor de que aquela era apenas a primeira das duas batalhas matinais.
Desviamos do gato esfarelado no chão,
que causou alguns gritinhos de “eca!” e seguimos pela Pedro Álvares Cabral rumo
à velha Rubem Berta, de tantos outros percursos por ali (para mim, nem tantos
assim, só correra lá na Samsung 2010 e no Revezamento Pão de Açúcar 2011, creio
eu; nas maratonas, a prova acaba justamente onde essa começa).
Uma escolha compulsória e óbvia tinha sido a da distância menor. No caso
específico desta corrida, que não usa o conceito de voltas iguais, o mínimo não
era metade do máximo. Os percursos começavam iguais, assim seguiam até o sexto
quilômetro. E quem optasse pelo trajeto completo, seguiria reto ao invés de
virar à esquerda na volta à região do parque para mais cem metros. O grampo
e o tobogã, portanto, eram para todos, não dava nem para reclamar deles.
A primeira placa passou praticamente no mesmo instante em que o relógio apitou,
perto do complexo de viadutos conhecido como “Cebolinha”. Era evidente que o
número visto nele ficaria longe dos meus habituais sprints iniciais. E não deu outra: modestos e humildes 5’02’’. E talvez
fosse melhor assim. Fechar com uma média só um bocadinho abaixo disso, talvez
arredondando a coisa, ao menos hoje, já me deixaria bem satisfeito.
Aí tudo virava um retão só, um trecho em declive suave, propício para o
melhor pace da prova. E, para mim,
realmente seria. O único do dia abaixo dos 5 x 1, por oito segundos. O primeiro
posto de hidratação surgiria bem cedo. Mas sem os tradicionais copos ou mesmo
garrafas. A água, curiosamente, viria em caixinhas longa vida, que muita gente
chegou a pensar que era água de coco. Costumo gostar de novidades, mas essa,
confesso, não me agradou muito. Além de não estar gelada, a embalagem não era
das mais práticas para abrir em movimento. O lacre de uma delas, por exemplo,
se romperia sem liberar direito a passagem do líquido. Tome dedo fura-bolo!
Se o quilômetro dois era mingau,
ninguém precisava de GPS ou altímetro para constatar que o três dava o troco. A
rampa, visivelmente longa e um pouco íngreme, durava praticamente toda a
parcial. Que faria estrago, era lógico. A briga era só para evitar o desastre
total. Gente mais ligeira já voltava à toda pela pista oposta, inclusive
companheiros de equipe como o Natanael (só mais tarde descobriria que a prova
também contou com a presença do Seneval, do Mineiro e do João Georges), que
mandou um “salve”. Quando chegou a minha vez de contornar e pegar o caminho de
volta, já estava meio aborrecido com o prejuízo grande dos 5’28’’ da terceira
parcial. Era, definitivamente, caso de administrar e pegar leve dali até o
final. Ou já chegar no prédio com vários andares de subsolo a mais para fazer.
Aí, não havia como evitar uma segunda metade bem mais burocrática que a primeira. Sem
avacalhar de vez, porque também não precisava. Mas deixando para trás o desejo
da média próxima aos 5’/km, tentando apenas amenizar um pouquinho o “vexame” do
quilômetro em aclive. Cravaria 5’17’’ no km 4 e 5’13’’ no km 5. Nada para
vibrar, nem para blasfemar. Dava para ter corrido mais forte, no trecho em declive
correspondente ao morro imediatamente galgado? Claro. Só faltou vontade pra
isso... Ou sobrou juízo, sei lá! Deve ter sido por conta do uso sugerido da
camiseta do patrocinador no lugar da gloriosa
farda dos malucos do asfalto.
Se cheguei a esboçar uma recuperação nos dois mil metros anteriores,
voltei a capengar no trecho final. Perderia muito tempo e a chance de fechar na
casa dos 31’. Tanto na avenida quanto no curto desvio usando o viaduto. Passei
pelo pórtico satisfeito pela fase um concluída, mas com aquele saborzinho meio
amargo de quem começou muito bem a temporada 2012 e deixou cair a peteca depois. Talvez esses dois últimos resultados sejam
menos irreais que os dois primeiros do ano. É hora de seguir trabalhando... E
confiando!
A volta foi gigantesca, principalmente para quem tinha (muita) pressa de
fazer o traslado até o local da segunda prova do dia. Mas valeu a pena andar
aquilo tudo para receber o recheado kit pós-prova. Veio mais água em caixinha,
suco, isotônico (quem correu os 10 km levou também aquela novidade do produto
em copo), torrone, barrinha, mini pão de mel e banana. Bom, imagino, até para
quem pagou a inscrição, imagina para quem levou na faixa... A medalha, bonita, era tipo único para todas as
distâncias e modalidades (tinha caminhada também), a camiseta entregue antes,
parecia de boa qualidade. Reencontrei a Odila perto do guarda-volumes, conforme
combinado. Hoje era ela quem tinha trocado
as rodinhas, devolvendo em grande estilo a distância que abri na prova de
Aparecida, em dezembro último. E faria ainda mais bonito na Vertical, logo em
seguida. Mas isso é outra história, que conto depois...
Percurso:
Altimetria:
Gostei:
da largada bastante pontual, da qualidade do kit pós-prova, da
sinalização de quilometragem, da hidratação (apesar da caixinha meio difícil de
abrir)
Não
gostei:
da distância para andar até a retirada do kit pós-prova, de não poder
aproveitar a segunda inscrição promocional ganha e repassada para a Odila, do
isotônico em copo ser entregue só para os participantes dos 10 km
Avaliação: (1-péssimo 2-ruim 3-regular 4-bom 5-excelente)
Média: 4,53
Viagem:
Veja também:
- Inscrição: 5 (fizeram para mim)
- Retirada do kit pré-prova: 3 (essa obrigatoriedade em véspera de feriado é, no mínimo, aborrecida; ainda bem que não tive que fazer)
- Largada: 5 (pontualíssima e sem tumulto, pelo menos de onde larguei)
- Hidratação: 4,5 (postos suficientes; a caixinha foi uma novidade interessante e a entrega do isotônico em copo apenas para os 10 km foi meio antipática)
- Percurso: 5 (batido para os locais, mas sempre interessante para quem vem de longe)
- Sinalização: 5 (placas visíveis e aparentemente bem colocadas)
- Segurança/Isolamento do percurso: 5 (sem problemas)
- Participação do público: 4 (apenas na largada/chegada)
- Chegada/Dispersão: 4 (caminho muito longo, não precisava tanto)
- Entrega do kit pós-prova: 5 (sossegada)
- Qualidade do kit pós-prova: 5 (bastante caprichado)
- Camiseta: 4,5 (tecido de boa qualidade, mas a cor é batida demais)
- Medalha: 4 (bonita, mas faltou a data e diferenciar distâncias e modalidade)
- Divulgação dos resultados: 4 (no mesmo dia, mas em um formato estranho de consulta, não permitindo ver a classificação
geral e nas faixas em ordem)
105 km, 6 pedágios (Jacareí, Parateí, Itaquaquecetuba)
BR-116 (Dutra)
O relato do Eduardo Acacio
O relato do Nadais
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