Corrida Pedestre 2013 – 246 Anos -
Aniversário de São José dos Campos
http://www.minhasinscricoes.com.br
Geral: 263ª corrida 2013: 15ª corrida
Data: 14/07/2013 – 8h35min
(domingo)
Local: Paço
Municipal – Avenida Senador Teotônio Vilela – São José dos Campos/SP
Distância: 5,13 km (58ª)
Tempo: 24:58
(líquido) e 25:26 (bruto)
Velocidade Média: 12,33 km/h (3,42 m/s) Passo: 4:52(36,7%)
Pontos
(Tabela Húngara):
175
Temperatura: sol entre nuvens, 23ºC
Valor da Inscrição: grátis
Número de peito: 5614
Tênis: Mizuno Aero 9 laranja/preto (15)
Colocações:
Geral: 132º (de 782) 16,88%
Masculino: 124º (de 460) 26,96%
Categoria 40-44 anos: 17º (de 55) 30,91%
Resultado na Web:
http://www.chiptiming.com.br/resultados/aniversjc2013
Medalha:
Camiseta: não teve
Foto:
Vídeos:
Relato:
Na corrida, tal qual na vida, é preciso sempre virar a página. E ufa, ainda bem que é assim... Não se
passa o resto da vida remoendo derrotas e nem tampouco comemorando vitórias. Há
sempre novos projetos e desafios a enfrentar. A disposição se renova e, em
algum lugar, sempre encontramos a energia e a vontade necessárias para
recomeçar. A Maratona do Rio 2013 passou, já avisto a Lisboa dos descobridores no
horizonte. Até lá, que eu possa treinar bem e bastante; mas também me divertir,
fazendo o que tanto gosto, em corridas de menor porte como a deste domingo.
Aliás, voltando a ser domingo. Foram muitas as mudanças para mais esta
edição, minha sexta vez, da corrida comemorativa ao aniversário de minha cidade. Ela é a própria metamorfose ambulante, já trocou de época, parte do dia, local e distância várias vezes.
No ano passado, pela primeira vez fora realizada numa noite de sábado. Eu, fãzaço de corridas noturnas, adorei a novidade. Mas houve muitas
críticas à qualidade da iluminação da Avenida Fundo do Vale, eterno nome
original da via expressa onde se realizou todo o evento. Talvez tenha sido este
o principal motivo do retorno dele ao período matinal.
Prevista há muito tempo, desde a divulgação do calendário do Circuito
Joseense de Corridas de Rua, a corrida de aniversário demorou a ter,
entretanto, uma confirmação. Houve muito burburinho sobre possíveis mudanças de
data, o que quase me fez adiar indefinidamente o treino Taubaté -> Aparecida.
Só no dia 05/07, apenas nove antes do evento, portanto, é que as inscrições foram
enfim abertas.
O tradicional “vestibular”, uma feroz
e sangrenta disputa pelas vagas gratuitas, desta vez, felizmente acabou não
sendo tão ferrenho assim. Pode ser o início de uma conscientização, mas eu acho
é que foi mesmo o fato de não incluírem uma camiseta no kit. Na boa? Se for
para conseguir fazer a inscrição em paz, sem travamento do servidor e nem
esgotamento em dez minutos, pela concorrência desleal e desesperada dos corredores de boutique, ficando apenas
entre os que estão realmente interessados somente em correr, prefiro que
nunca mais tenha peça de vestuário nenhuma na sacolinha...
De posse do meu valioso comprovante, peguei sozinho (os tios ficaram de
fora dessa vez, pela não realização da caminhada; essa sim uma ausência bem
mais sentida que a da camiseta) o caminho para a sede do governo municipal. Com
o Anel Viário interditado a partir da saída para a Nelson D’Ávila, o trajeto
aumentou e complicou um pouco; poderia ter sido colocada sinalização ou contar
com orientação dos agentes de trânsito para facilitar o acesso. O
estacionamento da Câmara Municipal, segundo o cara do colete, estava liberado.
Mas eu, que não estava a fim de disputar nada, preferi parar ali mesmo na rua, na
fachada do Paço, que até outro dia desses, estava ocupada por manifestantes
pedindo menos R$ 0,20.
Reencontrei o parça Edson e
juntos descemos para a arena, parando a cada dez passos para cumprimentar um
companheiro de esporte e bater uma foto, até conseguirmos chegar primeiro à
lista e depois aos guichês do kit pré-prova. Mas, epa! Onde estava a nossa casa? Por um mal-entendido da alta
cúpula, mais uma vez ficaríamos no MST, o Movimento dos Sem-Tenda. Mas maluco do asfalto não se aperta.
Arrumamos um cantinho e ali mesmo montamos acampamento. Um grupo que não precisa
sequer de um teto para se juntar,
definitivamente, é um grupo unido.
Resolvidos os entraves burocráticos,
descemos em bando para a avenida, que também é a do samba na cidade. O desfile
estava para começar. Falou-se em largadas separadas para os 5 e 10 km, mas o
que se viu na prática, foi o junto &
misturado de sempre. Acho melhor assim. Nem estava tão muvucado, até que deu para alinhar bem, deixando a elite para a
elite e o fundão, ora essa, no fundão.
A queima de fogos matutina, anunciando a largada, foi barulhenta, mas não vistosa
como a do ano anterior. Não importava. Estávamos ali, felizes, começando a
comemorar os 246 anos de Sanja, minha
casa, minha terra.
Se muito havia sido mudado desde 2012, algo estava igualzinho: o
percurso. A parte inicial dele, pelo menos. Seguimos pela Teotônio Vilela
sentido zona sul até o ponto de retorno, mil e seiscentos metros à frente, no
acesso ao Jardim Topázio e entorno do shopping. Depois de aplicar uns dribles para encontrar meu lugar em meio
à multidão, passaria a primeira placa, ouvindo o GPS apitar poucos metros antes
dela, com bons 4’42’’. Se conseguisse manter isso nos quilômetros restantes,
terminaria feliz da vida, com uma marca top
ten na carreira. Mas será que era dia para tanto?
Na pista oposta, estavam a segunda placa e o posto de hidratação. Por
ela, passei com já mais modestos 4’51’’, ratificando minha sensação de que hoje
não dava para emplacar uma grande marca, apesar do baixíssimo grau de
dificuldade do trajeto. Por ele, achei até que passaria batido, mas tratei de
tomar um banho de copinho como se ainda
estivesse na orla carioca. A temperatura, claro, era bem mais baixa que a do
domingo anterior. Mas, cara, como eu prefiro correr de luz amarela apagada.
A terceira parcial, via de regra, onde eu costumo entregar a rapadura, desta vez seria diferente. Voltaria a rodar
perto do ritmo da primeira, chegando perto do Viaduto Raquel Marcondes, que
liga o centro da cidade à região da rodoviária com 4’45’’. Não estava sequer checando
em tempo real essas parciais. A bem da verdade, estava correndo do jeito que
dava, buscando uma marca digna, mas sem qualquer obsessão por ela. Com mais de
duzentas e sessenta corridas nas costas, nem preciso disso. Sei diferenciar
dias bons de dias ruins. Investir nos primeiros e me resignar com os segundos.
Como o domingo parecia ser do primeiro tipo, mantive a cabeça erguida, a
toada firme e fui. Cheguei ao quarto quilômetro, quase no Viaduto Everardo
Passos, onde estava posicionada nossa fotógrafa Aline Andrade, que registrou as
imagens aéreas que ilustram este relato, ainda abaixo dos 5’/km. Não usá-lo
como parte do percurso, como havia sido no ano anterior, foi uma boa sacada.
Aquela subidinha chata era bem quebradora de ritmo. Fazer o grampo na própria
pista, para depois atravessar novamente para o outro lado pela pontezinha, foi
bem melhor. Tinha gente espalhada pelas duas pistas, correndo para todo lado...
Parecia um formigueiro humano. Bonito
demais de se ver.
Faltava pouco, era só chegar, apesar da ilusão de ótica dos dois pórticos brancos (o
primeiro para alertar quanto a divisão entre quem completava a prova e quem
seguia para a segunda volta). O relógio soou pela quinta vez, indicando que
havia aquele bônus que ninguém gosta.
Mas fiquei contente por estar abaixo dos 25’ nos 5 km redondos; e aproveitei
para acelerar e concluir também antes disso. Conseguiria, por dois segundos apenas.
Com os cento e trinta metros extras do GPS, fecharia com média de 4’52’’, oito
segundos a menos que na mesma prova em 2012 (sem sol!). Não estava entre as dez
melhores da história, mas ficou entre as trinta. Já era alguma coisa. Valeu dois
braços para cima na chegada.
Saudei de passagem os vários amigos que fui encontrando por ali e, sem qualquer
fila, retirei minha medalha (bonita, original combinação de formas geométricas)
e meu lanche (que bom que voltou, no ano eleitoral ele fez falta!), com
sanduíche, maçã, barrinha e suco. Regressei então à “tenda” satisfeito, com a aquela
sempre impagável sensação de voltar a correr do jeito que sei, depois de ter
passado longe disso no Rio de Janeiro. A motivação continua em alta. E farei
todo o possível para que sempre assim esteja.
Fiquei para o sorteio dos brindes (não ganhei nada, mas vai que...) e para aplaudir a cerimônia de premiação.
Principalmente ao meu amigo Zebra, mais uma vez presente como um dos melhores
de sua categoria. Lá do andar de cima,
grande guerreiro, seu filho certamente está muito orgulhoso de você, como
sempre esteve. E nós estamos ao seu lado, você sabe disso, nesse momento tão difícil
e doloroso.
Domingo que vem, não tem corrida oficial. Mas estaremos na estrada do
mesmo jeito, para mais uma jornada memorável, a caminho da casa da mãe.
Percurso:
Altimetria:
Gostei:
da atípica facilidade de conseguir inscrição (quem precisa de camiseta?), da sutil mudança que tirou
o viaduto do percurso e o deixou melhor e mais rápido, da bonita medalha, da volta do lanche pós-prova
Não
gostei:
da demora na definição da data, da lista de participantes distante dos
guichês de retirada dos kits, do "pórtico pré-pórtico" (uma placa ou até mesmo a orientação dos
staffs já daria conta do recado)
Média: 4,67
Veja também:
O relato do Dalto (Entrementes)
O relato do Michel
PUBLICIDADE